O microempreendedorismo é o caminho mais comum para quem deseja trabalhar por conta própria, mas ainda não possui os recursos para lançar uma grande empreitada. Quase 80% das empresas abertas em 2020 seguiram esse modelo, mostrando como ele é uma possibilidade real para entrar no mundo dos negócios.
Nesse artigo vamos tirar algumas dúvidas sobre o que é microempreendedorismo, quais vantagens ele oferece e o que você pode fazer para aumentar as suas chances de sucesso atuando como um microempreendedor!
O que é microempreendedorismo?
O microempreendedorismo descreve iniciativas em que pessoas abrem seu próprio negócio com baixo investimento, geralmente atuando sozinhas. Hoje há um número crescente de microempreendedores nas mais diversas áreas, principalmente nos setores de comércio e serviços.
As pessoas costumam ingressar no microempreendedorismo a partir de três vias:
- Profissionais que acumulam experiência trabalhando para organizações e decidem transformá-la em um negócio próprio;
- Jovens com ideias transformadoras, que não desejam ingressar no mercado de trabalho;
- Prestadores de serviços, vendedores e outros profissionais que buscam sair da informalidade.
Esse termo também corresponde, legalmente, a um modelo de pessoa jurídica - o Microempreendedor Individual, ou MEI. Ela é uma ferramenta para simplificar a regularização desses negócios, cobrando um imposto único em troca de benefícios variados para o participante.
Empreendedorismo, microempreendedorismo e intraempreendedorismo
O empreendedorismo, no geral, é um tema em crescente discussão no Brasil, e com isso podem surgir algumas dúvidas sobre as diferentes formas de exercê-lo - sobretudo o microempreendedorismo e o intraempreendedorismo.
A essa altura, você já deve estar familiarizado com o conceito geral de empreendedorismo. Ele envolve a criação de algo novo - um produto ou um processo, por exemplo - além do esforço necessário para fazer essa ideia ganhar vida e mercado.
O microempreendedorismo segue a mesma linha.
Sua atuação é ampla, e cada vez mais ramificada na sociedade. A página do governo federal que apresenta informações para se tornar um Microempreendedor Individual, por exemplo, tem uma lista com centenas de ocupações incluídas na regulamentação do MEI.
Já o intraempreendedorismo possui uma diferença notável: suas atividades ocorrem no interior de uma empresa já formada. Nesses casos, um grupo de colaboradores pode sugerir uma ideia à organização, ou o contrário.
A empresa existente vai arcar financeiramente com os investimentos e riscos envolvidos, mas também terá direitos sobre os resultados que o projeto alcançar.
Vantagens do microempreendedorismo
Existem dois grupos notáveis de microempreendedores: os que buscam ter mais liberdade e iniciativa sobre o próprio trabalho, e os que desejam regularizar sua atuação, deixando o mercado informal e todas as dificuldades que ele apresenta.
As vantagens de ser MEI se aplicam nos dois casos, e não é à toa que 2,6 milhões de pessoas no Brasil se tornaram um Microempreendedor Individual apenas em 2020. O número já ultrapassou a marca dos 11 milhões, e corresponde a quase 57% dos negócios em funcionamento no país.
Esse modelo atende empreendedores que trabalham sozinhos ou com um colaborador, e cuja renda anual seja de até R$ 81 mil.
O valor da contribuição muda um pouco a depender da área, mas fica sempre na casa dos R$ 60 a R$ 70 reais por mês, e garante que o empreendedor possa ter:
Direitos previdenciários
A maior parte do valor cobrado ao MEI é repassada ao INSS, e através dele o microempreendedor pode obter auxílio-doença, salário-maternidade, aposentadoria e pensão para os familiares. É uma vantagem enorme sobre a informalidade, na qual os profissionais quase sempre devem atuar diariamente, mesmo doentes ou com filhos recém-nascidos.
Recursos para investir
O MEI também pode obter créditos e outros serviços bancários acessíveis somente para CNPJ, e muitas instituições oferecem opções exclusivas para o Microempreendedor Individual, levando em conta a sua realidade específica.
Emissão de notas fiscais
Essa é uma questão burocrática, mas pode fazer a diferença para muitos empreendimentos. Empresas de maior porte dificilmente vão fazer negócios sem uma nota fiscal. O mesmo vale para órgãos do governo - em nível federal, estadual e municipal - que não podem fazer compras sem o documento para comprovar seus gastos.
Devo investir no microempreendedorismo?
Diversos profissionais têm ótimas ideias, mas não encontram espaço na empresa onde atuam nem recursos para criar um negócio complexo, e o microempreendedorismo pode ser uma opção viável.
Existem casos em que uma pessoa identifica uma inovação disruptiva, algo que pode transformar o mercado como um todo, mas ela não se encaixa no portfólio da organização já existente. Fazendo uma boa gestão, pode lançar o seu empreendimento e ter a companhia onde trabalhava como cliente, por exemplo.
Opções como essa podem apresentar uma transição mais saudável de uma carreira para o empreendedorismo, e mostram que se você tem uma boa ideia, a resposta é sim: invista no microempreendedorismo para trazê-la ao mundo!
Dicas para ser um microempreendedor de sucesso
Ao mesmo tempo em que existem várias portas para o microempreendedor, a competição nessa área é gigantesca. O fato de que 11 milhões de pessoas estão cadastradas como MEI mostra o seu potencial, mas também revela um desafio: como se diferenciar e ter sucesso?
Pense como uma empresa
Um dos erros mais comuns entre microempreendedores iniciantes é tentar fazer tudo por conta própria. Além do que consta na sua ocupação, eles se desdobram entre a contabilidade, divulgação, e outros elementos do negócio, perdendo o foco na sua habilidade principal, que deu origem ao empreendimento.
Por lei, o MEI só pode ter um funcionário contratado, mas isso não impede que você busque consultorias e prestação de serviços nas áreas que não domina. Esse passo é o diferencial entre um microempreendedor sobrevivente, sempre lutando para fechar as contas, e um microempreendedor próspero, que faz seu negócio crescer ao longo do tempo.
Invista em inovação
Certamente haverá alguém atuando na mesma área que você, e inovação é a única forma de mostrar como seu negócio é único. Nem sempre é necessário criar algo incrível para inovar: você pode usar uma rede social de forma diferente, fazer uma promoção divertida ou acrescentar brindes interessantes aos seus produtos, por exemplo.
Organize-se
Uma grande parcela dos microempreendedores não possui renda estável, pois trabalha com serviços e vendas cuja demanda varia ao longo do tempo. Organizar as suas finanças, tentando guardar parte do que ganhou nos melhores meses, é uma forma de manter o equilíbrio e fazer o seu negócio resistir aos momentos de dificuldade.
Use as ferramentas à disposição
Hoje em dia existem centenas de softwares que põem o microempreendedorismo no mesmo jogo que as grandes organizações. Eles ajudam nas finanças, gestão, produtividade, controle de caixa, e assim por diante. Não ignore o potencial dessas ferramentas para ajudar no sucesso do seu negócio!
Além disso, também é válido conhecer as linhas de crédito acessíveis ao MEI, e até mesmo as ferramentas educacionais disponibilizadas por órgãos como o SEBRAE. Todos estes recursos são aliados importantes no crescimento da sua iniciativa.
Conclusão
Tornar-se um microempreendedor é rápido e simples. O tempo médio para conseguir a certificação de MEI é inferior a 3 dias, e logo depois você já estará apto a fazer negócios usando o seu CNPJ.
Para ter sucesso, no entanto, regularizar sua atuação é apenas o primeiro passo. Prosperar no microempreendedorismo requer pensamento estratégico, visão de mercado e disposição para inovar.
A boa notícia é que, ao desenvolver essas habilidades, o empreendedor pode buscar níveis de atuação cada vez mais amplos, construindo uma empresa sólida e competitiva.
Esse artigo foi escrito pela AEVO, a maior plataforma de Gestão de Inovação da América Latina.
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